Desde 2014, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove o Dezembro Laranja, iniciativa que faz parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2020 os números de câncer de pele no Brasil são preocupantes: a doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país.

Com o início do verão e das temperaturas mais altas, é necessário aumentar a proteção contra os raios ultravioletas e, assim, se prevenir contra o câncer da pele. Reunimos algumas dicas para proteger melhor sua pele nessa estação quente.

Filtro solar: Além de outros itens que contribuem para a proteção solar, o filtro continua sendo produto de primeira importância. Segundo Joaquim José Teixeira de Mesquita Filho, dermatologista e coordenador nacional da Campanha de Prevenção ao Câncer da Pele da SBD, é recomendado que sejam usados filtros solares físicos com fator de proteção solar (FPS) 30. “Os metais presentes nestes filtros refletem os raios solares, e os produtos têm uma durabilidade maior”, justifica. O correto, segundo o médico, é aplicar o filtro solar duas vezes ao dia: pela manhã, antes de começar as tarefas do dia, e depois do almoço.

Roupas que cubram bem o corpo: Qualquer roupa oferece proteção solar. “Quando nos expomos ao sol usando uma camiseta, por exemplo, a área coberta pelo tecido não sofre queimaduras”, ilustra. Para quem trabalha ao ar livre ou sob o sol, essa proteção é bastante importante. Mas atenção: o que faz toda a diferença é o espaçamento entre as fibras do tecido. Quanto menor for o espaçamento (ou seja, quanto mais fechada for a malha), maior é a proteção.

Chapéus com abas largas: “Assim como as roupas, os chapéus sempre protegerão a cabeça em algum nível”, diz Mesquita Filho. “Palha, tecido e fibras são ideais para esta região do corpo”, prossegue o médico, que acrescenta os bonés de tecido a este item de proteção contra os raios solares. Para quem trabalha ao ar livre, este é outro equipamento de proteção individual (EPI) que não pode faltar na rotina.

Respeitar horários: Entre 10h e 16h, os raios ultravioletas estão em seu pico de radiação. Logo, a exposição ao sol deve ser evitada nesta faixa de horário. Isso vale para todos, inclusive para os trabalhadores que estejam com todo o aparato de EPI recomendado.

Óculos de sol com lentes UV: É indispensável, ao colocar um par de óculos de sol no rosto, que suas lentes ofereçam proteção contra os raios ultravioletas. “Existem registros de melanomas dentro do globo ocular. Deve-se proteger também esta área do rosto e evitar a exposição dos olhos diretamente ao sol”, explica o dermatologista. Isso significa que é para manter distância de óculos de sol com origem duvidosa e de “réplicas” de modelos de grifes, já que eles normalmente são feitos apenas com interesses estéticos, sem nenhuma preocupação com a saúde.

Diagnóstico precoce

Existem três tipos de câncer da pele: o carcinoma basocelular (mais frequente e mais fácil de curar), o carcinoma espinocelular (de incidência média) e o melanoma (o tipo mais grave e, ainda bem, mais raro). Em qualquer dos casos, a doença é curável se detectada em um estágio inicial, porém, se descoberto em estágios mais avançados, as consequências podem ser drásticas. “Pode ocorrer desde a metástase do câncer para órgãos internos até amputações de orelha e nariz”, exemplifica Mesquita Filho.

Para estar com as informações sobre a própria pele sempre em dia, é imprescindível consultar-se periodicamente com um médico dermatologista. Pessoas sem histórico pessoal ou familiar de câncer da pele podem se consultar uma vez por ano. Já para aquelas com histórico, a orientação é que as consultas sejam semestrais.

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